*nota pessoal do dia 21 de janeiro de 2018
Por que eu tenho um blog? Qual é o impacto que as inspos que eu posto aqui tem na eternidade?
Eu posso parecer uma aspirante a digital influencer para você. Simplesmente, alguém com gosto apurado para moda que decidiu criar mais um blog. You’re wrong, darling.
Por que eu faço o que eu faço?
Fiquei sem internet por duas semanas e meu planning de posts foi pro beleléu. Eu não posso postar referência de verão em pleno outono, entende meu desespero?! rs. Não posso atrasar com os posts. Devia ter me planejado antes. Como a gente se planeja para coisas inesperadas? Anyway…
Bom, eu escrevo. Três parágrafos por inspo. Talvez mais do que três nos posts da coluna Essência. Mas, a pergunta que ecoa na minha mente e meu coração é: “Por quê?”
Às vezes, corremos de questionamentos não por temer a Deus, mas por medo da resposta não caber na caixa da nossa idolatria à algo que criamos para se tornar a imagem de Deus, mas não é Deus. Achamos que já sabemos tudo sobre o Deus vivo, porque conhecemos aquele que imaginamos. Ao contrário do que é defendido pelos filósofos, Deus não foi inventado pela humanidade. Nós não O conhecemos pelo que imaginamos ser Ele.
“Ele os recebeu e os fundiu, transformando tudo num ídolo, que modelou com uma ferramenta própria, dando-lhe a forma de um bezerro. Então disseram: “Eis aí os seus deuses, ó Israel, que tiraram vocês do Egito!” Vendo isso, Arão edificou um altar diante do bezerro e anunciou: “Amanhã haverá uma festa dedicada ao Senhor”. Na manhã seguinte, ofereceram holocaustos e sacrifícios de comunhão. O povo se assentou para comer e beber, e levantou-se para se entregar à farra.” Êxodo 32:4-6 NVI (destaque meu)
Começo a achar que estou sem internet porque tem algo que eu preciso pensar sobre. O atraso do blog tem um porquê. Os temidos “porquês” têm respostas. Será que eu sou alguém que Deus pode confiar para contar segredos? Essa é a real grande questão.
“Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu tornei conhecido a vocês.” João 15:15 NVI
Eu procrastinei a escrita desse texto por meses. Porém, a ideia inicial era me basear em um livreto bônus da coletânea de livros de As Crônicas de Nárnia, escrita por um dos autores mais incríveis que já li: C. S. Lewis. Esse livreto recebeu o nome de “Três maneiras de escrever para crianças” e achei muito útil, mesmo que eu não escreva contos infantis (talvez, não ainda), rs.
Basicamente, Lewis discorre uma defesa de sua literatura. E fala um pouco sobre porque decidiu escrever para crianças e sobre o porquê dele escrever contos e não estórias infantis… Eu recomendo muito que leia. Contudo, acho que posso adiantar uma citação:
“Seria muito mais verdadeiro dizer que o país das fadas desperta no menino um anseio por algo que ele não sabe o que é. Comove-o e perturba-o (enriquecendo toda a sua vida) com a vaga sensação de algo que está além de seu alcance, e, longe de tornar insípido ou vazio o mundo exterior, acrescenta-lhe uma nova dimensão de profundidade. O menino não despreza as florestas de verdade por ter lido sobre florestas encantadas: a leitura torna todas as florestas de verdade um pouco encantadas. Trata-se de um tipo especial de anseio.” Três maneiras de escrever para crianças, C. S. Lewis
Um anseio que esse mundo não pode satisfazer. Fato. Entretanto, a saudade que gera esse desejo pelo Eterno está aqui e aí por um motivo. (Lá vem mais “por quês”! rs.) Assim como uma foto te leva para um dia bom, um cheiro te leva para aquele abraço de novo, um sabor de chá te trás de volta a sua avó por um momento, o que fazemos aqui deve refletir algo que não é daqui.
Parece óbvio para quem é cristão. Mas a verdade é que nos perdemos na rotina e até mesmo na disciplina de sermos perfeitos.
Ando lendo dezenove capítulos da Bíblia por dia, enquanto posto dezenas de fotos por semana no meu blog, apenas porque eu quero que ele esteja sempre atualizado no conteúdo. Hoje mesmo, passei horas criando artes gráficas e meu tempo devocional ficou para depois. A ansiedade e os prazos são ladrões daquilo que é genuíno.
Em dias assim, eu me pergunto: “Por que não estou lendo a minha Bíblia em vez de testar todas as cores possíveis de fontes para achar a que combina com a foto de fundo?” Desde quando fazer mais é fazer mais para Ele? Então me lembro do que Ele me disse alguns anos atrás:
“E nos revelou o mistério da sua vontade, de acordo com o seu bom propósito que ele estabeleceu em Cristo, isto é, de fazer convergir em Cristo todas as coisas, celestiais ou terrenas, na dispensação da plenitude dos tempos.” Efésios 1:9-10 NVI (destaque meu)
Eu estou fazendo isso porque esse é meu propósito: fazer convergir em Jesus todas as coisas, terrenas e celestiais, rotineiras e extraordinárias, a coluna de estilo e a coluna Essência até o fim. Talvez, eu só precise ser mais intencional e consciente do impacto eterno que os três parágrafos e as inspos referências podem causar na eternidade.
Por esses dias li parte da biografia de Jane Austen, outra escritora que admiro muito, e descobri que Jane escreveu sobre algo que ela mesma não vivenciou. Ela escreveu obras primas tendo como um dos temas centrais o matrimônio, sem nunca ter se casado. E esse é o nosso dever como escritoras, escrever sobre O que não conhecemos, ou melhor, O que ainda estamos conhecendo.
Aquilo que ansiamos e aquilo que buscamos precisam ser alinhados dia após dia. Sempre nos esquecemos disso, mas o Espírito Santo trata de nos fazer lembrar (colocando a internet em manutenção e uma angústia na alma que nunca sabemos explicar). E nessas horas, escrever é melhor que gritar para mim.
Não deixe a disciplina roubar o propósito das coisas que o Pai um dia te impulsionou a começar a fazer. (Remember why you started.) E se necessário, pare. E recomece intencionalmente. Sempre há espaço para novos começos. Só não pare de vez.
S. x
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