Eu cresci em uma família cristã e desde muito nova eu vi minha mãe dar aula na classe de crianças na igreja. O trabalho na igrejinha que íamos era em grande parte evangelístico.
Mas filha de professorinha não necessariamente professorinha é.
Eu acabava participando de alguma forma por causa do comprometimento da minha mãe, mas não foi até os 16 anos que eu comecei de fato a servir no Ministério Infantil.
No contexto em que eu cresci o ensino bíblico era muito valorizado, e praticamente não faltávamos a EBD aos domingos. A minha turma de adolescentes começou apenas comigo e minha professora (acho que porque eu era a primeira da minha faixa etária a fazer aniversário).
Durante algum tempo eu era a única aluna, até que a turma passou a encher. Minha professora no entanto comentou com a minha mãe que via em mim um chamado para o ensino.
Meus pais ficaram receosos de eu começar a estar ausente nas pregações. O que a princípio foi uma questão.
Em 2012, já com 16, minha professora me inscreveu em um congresso no qual haveria palestras e workshops para capacitar professores do Ministério Infantil — o 7º Congresso Nacional da Escola Dominical da CPAD.
Lá eu aprendi a aplicar o Livro Sem Palavras, ensinar João 3:16 e ouvi uma palestra sobre Missões que marcaria para sempre meu coração.
Depois desse treinamento eu passei a ensinar a Bíblia para crianças. No começo auxiliava e não aplicava a lição. Lembro do dia em que fiquei sozinha em sala pela primeira vez, fiquei desesperada com a bagunça, e passei praticamente o tempo todo catando os brinquedos que as crianças jogavam no chão (brinquedos sem propósito disponíveis para as crianças pegarem nunca é uma boa opção).
Com o tempo aprendi que mesmo sem ser dura eu posso falar com firmeza e paciência, e ainda ser ouvida e obedecida. Não que sempre dê certo, mas foi um processo árduo, especialmente para mim, ter voz ativa e ganhar a atenção das crianças para o que mais importa: o Evangelho.
Deixe um comentário