Apareceu na minha for you page alguns tiktokers explicando sobre essa nova tendência do quiet luxury, pesquisei para saber mais sobre e só achei artigos nas revistas gringas.
Primeiro, não sei se tendência seria o melhor termo porque o luxo mais discreto sempre esteve presente entre as pessoas mais abastadas da sociedade, e o que deu mais destaque, como se fosse um segredo que vazou, foi grifes que não seguiam essa linha aderirem estratégias de marketing que as tornariam mais exclusivas.
O quiet luxury e a exclusividade andam de mãos dadas. Contudo, contradizendo uma tendência recente que valorizava o uso das logos com bastante evidência, conhecida como logomania (pra todo mundo saber que você estava carregando uma Gucci, por exemplo), o luxo discreto valoriza, além do fato do produto ser exclusivo, é ele ser de fato identificado apenas por quem pode comprar as grifes que têm essa tradição.
A intenção do quiet luxury não é apenas alcançar um luxo que sussurra, mas despertar a sensibilidade de entender a beleza do processo artesanal, que torna qualquer item único, feito com materiais de alta qualidade que vão durar por gerações.
Entre as marcas de quiet luxury mais famosas estão The Row, grife das irmãs Mary Kate e Ashley Olsen, Hermès, Max Mara e Bottega Veneta, que recentemente decidiu apagar seu Instagram (o que eu acredito ser em prol da exclusividade) apoiando seu marketing digital no conteúdo criado por embaixadores.
Outras grifes que estão mudando seus processos de compra, tornando-os mais restritos, pra ativar esse senso de escassez e poder precificar seus produtos como as marcas de quiet luxury, são: Balmain, Gucci, Louis Vuitton e, acredite ou não, Chanel.
Tudo muito lindo, a estratégia é impecável, e o público-alvo de fato é o público dos sonhos (aquele que não tem orçamento limite). Entretanto existem muitas problemáticas, e eu queria abordar as primeiras que me vieram à mente quando comecei a pesquisar:
1)
Materiais de alta qualidade e raros normalmente vêm de forma não amigável à natureza;
2)
A Birkin (bolsa da Hermès) no modelo 35 feita de couro de crocodilo, pode passar o valor de R$700.000
A bolsa é lindíssima, e surgiu em 1981, em homenagem à atriz britânica Jane Birkin, que sentou ao lado de Jeans Louis Dumas em um vôo, casualmente e transportando seus pertences numa bolsa de palha, e aproveitou para reclamar com o CEO da marca que as bolsas bonitas nunca eram suficientemente grandes para transportar tudo o que precisava.
Mas apesar da história única e da sua beleza, R$ 700.000 é uma quantia muito alta. E por mais que haja pessoas com condições de pagar esse valor várias vezes, representa muito bem a realidade da desigualdade econômica.
Bom, algo que preciso reconhecer é que comprar uma peça dessas marcas é um investimento. Itens de grifes de quiet luxury duram uma vida, e podem servir como herança, não apenas pelo valor, mas também porque nunca sairão de moda.
Analisando o perfil da Josefine enquanto eu procurava as fotos das Birkins que ela tem (sim, são várias), percebi que ela posta as mesmas fotos de tempos em tempos e ninguém percebe por seu estilo ser mais minimalista (esteticamente) e timeless, a definição perfeita do quiet luxury, e eu diria do bom gosto também.
Quais são seus pensamentos sobre o quiet luxury? Você sonha em ter uma item como a Birkin? Ou tem suas críticas a essa forma de consumo?
C’est tout,
S. x
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