
*nota pessoal do dia 17 de março de 2017
Eu nasci sonhadora. De fato, eu sou uma sonhadora, você pode me chamar assim.
Sempre com planos mirabolantes, eu sonhava em abençoar minha família, impactar comunidades e mudar o mundo – um sonho antigo de uma menininha que amava rosa, rs.
Desde muito pequena eu cria no Deus do impossível. Eu costumava orar por um amigo de classe que era especial para que fosse curado – algo surreal a olhos humanos. Quando era chamada para orar na frente da minha pequena congregação, orava por pessoas abandonadas na rua, desprezadas pela sociedade para que fossem restauradas – coisa que, de certo modo, era ignorada no meio pouco revolucionário com que eu me relacionava.
Eu tinha os princípios do Reino do meu Pai queimando no meu coração, mesmo sem ter a mínima noção disso – eu vivia isso.

Então, eu cresci. O tal ambiente pouco revolucionário em que eu estava conseguiu me influenciar e eu mudei, um pouco. De resto, os muitos “caldos” que levei na minha vida, desapontamento após desapontamento, trataram de me fazer parar de estar tão esperançosa.
Ver um sonho morrer não é fácil. Veja o que sobrou desta velha sonhadora: ruínas.
Não queria que as circunstâncias ditassem meu nível de fé, mas reconhecia que no meu coração havia uma grande devastação. E agora eu havia me tornado adulta. Assim como diz na canção genial do Sérgio Lopes: “Todos adultos são culpados”, rs. Agora eu estava cheia de ressentimentos, arrependimentos e coisas gravadas sobre Deus.
Agarrei-me às minhas antiguidades, abracei minhas ruínas e clamei para que Jesus me ensinasse a sonhar outra vez. Eu desejava um sonho novo.
Nada aconteceu. Percebi que não poderia mais me chamar de sonhadora – uma parte de quem eu era havia desaparecido de mim. Não ter lágrimas para chorar, e, pior de tudo, sentir-me distante de Deus foi doloroso.
Pois bem. É quando tudo parece perdido que a esperança renasce.

Deus me ensinou o primeiro passo para remover os escombros e reencontrar-me comigo, aquela sonhadora sem noção, no pós-guerra: seguir meu coração.
Havia decisões a tomar e uma estrada a retornar. A vida continua. E uma vez que eu entreguei a minha a Jesus, o Espírito Santo mora em mim. Ele governa o meu coração e dirige meus passos. Cabe a mim segui-Lo e entregar-me às Suas maneiras e à Sua soberana vontade.
Contudo, sonhar ainda parecia uma realidade distante para mim.
Bom, então logo o Senhor Jesus me daria o segundo passo. Ele simplesmente me atingiu no meio da testa com esta convicção: não há nada que nos faça voltar à nossa essência além da adoração.
Quando nos dispomos a nos posicionar em contemplação e em adoração a Quem Deus é, nossa perspectiva muda radicalmente. É tão simples! A memória que culmina em metanoia é aquela que reconhece o caráter de Deus.
Alguns dizem que o tempo é a cura para todos os males, mas eu te digo que é a adoração.

Quando as verdades sobre Deus e as verdades sobre quem Ele diz que somos (porque somos quem somos por causa de Quem Ele é, entendeu?! rs.) são declaradas é quando uma sonhadora volta ao seu lugar de origem, e volta a ser eles mesma. Quando o foco muda de circunstâncias e incapacidades para o Eterno e Santo é quando essas ruínas dão lugar a uma cidade reconstruída no Monte.
Não há momento em que eu seja mais eu do que quando eu adoro ao meu Jesus. Não por quem eu sou, mas quando me vejo completamente voltada para Quem Ele é, nada me parece impossível. Eu posso sonhar outra vez. Apenas quando tive meus olhos fitos nAquele que é Eterno e Santo é que as minhas ruínas se tornaram uma casa reconstruída sobre a Rocha.
E é assim que sonhos maiores e mais genuínos surgem.
S. x
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