“Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor.” 1 Coríntios 13:13
Não é a maior entre as coisas que permanecem, não é a mais espiritual entre as três também. A esperança em si não opera milagres, ela é quase um sentimento que te instiga e interfere nas suas decisões sem nem mesmo possuir como pressuposto uma linha de raciocínio lógica.
“Você já sabe, Sara!” Sim, eu sei! Eu consigo analisar bem ao meu redor todos os fatos e cenários, eu consigo entender a realidade. Especialmente quando se trata do futuro, com uma rotina bem definida, eu sei bem o que vai acontecer amanhã. De imediato eu tenho as respostas racionais às perguntas que carrego, eu entendo o que está acontecendo e as chances quase mínimas de algo mudar.
No entanto, avisto de longe a esperança. O fato engraçado é que ela não interfere apenas em mim, eu consigo perceber a incoerência nos discursos alheios porque por mais que vejam o que está na frente de seus olhos, as pessoas insistem em possuir a dita cuja.
É muito duro para mim ser repreendida por falsas esperanças, contudo eu consigo perceber que há devaneios na repreensão quando no mais baixo do meu bem esperar a repreensão é oposta.
Todos nós conseguimos ver, ver aquilo que nos fere e que não gostaríamos de lidar mais. E então… Nós nos deparamos de novo com a esperança.
Eu sou tola por esperar o melhor, eu sei! Mas eu não consigo evitar.

Quando Lewis escreveu em Cristianismo Puro e Simples sobre como a imagem de Deus no homem se demonstra em questões morais intrínsecas, ele focou muito em noções de honra e bravura. Mas se tem uma virtude que a mais pecadora de toda humanidade não consegue evitar em ter é a esperança.
Entendemos que ela possui versões ruins também, por exemplo: esperança nas coisas deste mundo, esperança nos homens, esperança na fama, esperança no dinheiro – “se eu tivesse certa condição de vida, eu seria mais feliz”. Esperar que você consiga contentamento nas coisas desta vida é precedente para a frustração, esteja certa.
Mesmo que esses tipos de “esperança” sejam comuns nas pessoas, os mais incrédulos também, mesmo que inconscientes, esperam por acontecimentos completamente fora de seu controle. Talvez acasos, sorte!?
Bom, imagina eu? Crente como sou, assim como me chamam, como escapar da esperança?
Ela pode ser dolorosa e trazer consequências amargas, e essa é a verdade que eu sempre tenho que lidar. Mas analisando todos os percalços pelos quais eu passei por causa da esperança, eu vejo a beleza de ser inocente o suficiente para crer. E eu confesso que me deixa de bom humor ver tal inocência até na mais racional e analítica das pessoas.
“Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos. Pois foi por meio dela que os antigos receberam bom testemunho.” Hebreus 11:1, 2 (destaque meu)
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