
Reprodução: Instagram Lelê Burnier @leleburnier
Quando eu comecei o blog, era super comum (e era um desejo pessoal meu) que criadoras de conteúdo, antes chamadas de blogueiras, postassem fotos das roupas que elas usavam todo dia. Todo dia.
Esse conteúdo ficou conhecido como “look-do-dia“.
Naquela época quanto mais inalcançável melhor. Então as fotos eram tiradas com câmeras profissionais, postadas com o link para cada peça e uma descrição feita pela criadora.
Houve uma leve evolução com a chegada do Instagram. As fotos não eram mais postadas em site. E não necessariamente tiradas com DSRL, mas com a melhora das câmeras dos celulares, os looks do dia eram mais corriqueiros.
Com a nova geração tomando conta (os Gen Z) a estética mudou bastante. A intenção é ser mais natural, sem muito esforço. Características similares ao conteúdo do nosso querido, e agora famoso, TikTok.
Unindo as duas coisas, os get ready with me se tornaram tendência não só entre tiktokers, mas dentro dos reels também.
Duas grandes inspirações, que para mim deram início ao arrume-se comigo no TikTok brasileiro, são Lelê Burnier e Malu Borges.
Donas de algumas polêmicas (Lelê com suas paletas inesperadas e Malu com suas comprinhas riquíssimas de peças diferentonas), elas merecem reconhecimento por fazerem várias outras criadoras de conteúdos entrarem na rede para reproduzir seus vídeos descontraídos compondo looks junto com os seguidores.
Eu gosto que elas não eram conhecidas anteriormente, mas se tornaram famosas exatamente pelo GRWM.
No entanto, é claro que eu tenho diversas críticas ao conteúdo feito por elas, mas pensando mais em quem consome do que exatamente desvalorizando a criatividade e autenticidade das duas.
Lelê, Malu e outras tiktokers mais novas que gravam diversos get ready with me por semana, e que são mais conhecidas no aplicativo, normalmente usam peças de grifes caríssimas, inacessíveis. Se arrumam para ocasiões corriqueiras como se fossem para desfiles internacionais. E, ah, elas sempre estão cheias de eventos.
A verdade é que sobra pouco espaço para quem cria conteúdo acessível, que se desdobra para trazer algo diferente. E isso diz muito sobre quem assiste e engaja com o conteúdo disponível. As pessoas não querem se inspirar, elas desejam algo aspiracional, distante de sua própria realidade. E acredito ser esse um dos motivos das criadoras que citei terem se tornado tão conhecidas.
Isso também me faz questionar sobre a definição do effotless (sem esforço) exaltado pela Geração Z. Seria mesmo qualquer coisa “natural” e corriqueira que faria sucesso? Ou com um histórico luxuoso por trás?
Qual a sua opinião? Você gosta de assitir GRWM? Qual sua tiktoker favorita que produz esse conteúdo?
C’est tout,
S. x
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